segunda-feira, 25 de abril de 2011

Valver a los 17


Figura máxima do folk argentino, Sosa ficou conhecida por hinos como "Gracias a la Vida" e "Si se Calla el Cantor". Com o primeiro marido, Manuel Oscar Matus, gravou seu disco de estreia, Canciones con Fundamento, em 1965.

A carreira musical correu paralela ao ativismo sócio-político: expoente da Nueva Canción, movimento latino-americano que ganhou força nos anos 60 e que contou com artistas como o conterrâneo Victor Heredia e os chilenos Victor Jara (assassinado em 1973, após instalação da ditadura de Augusto Pinochet) e Violeta Parra, ela virou persona non grata para a junta militar de seu país. Um dos trabalhos mais marcantes dessa fase é o álbum
Hasta la Victoria, de 1972.

Em 1979, durante concerto na cidade universitária La Plata, Sosa foi presa, assim como cerca de 200 estudantes presentes no local. "Estava cantando para universitários no último ano do curso de veterinária. Não era político", disse Sosa à agência de notícias
Associated Press, em 2007.

Seguiu-se à detenção aperto do cerco militar contra a cantora. Proibida de gravar, ela partiu para exílio (Madri e Paris) e só retornou ao país natal em 1982, às vésperas do colapso da ditadura. Mais tarde, ela perpetuou sua luta por direitos humanos como embaixadora da Unicef.


Durante os anos 90, Sosa foi uma feroz crítica do governo de Carlos Menem. O casal Kirchner (do ex e da atual presidente da Argentina, Nestor e Cristina), em compensação, recebeu apoio da cantora.


Ao longo da carreira, "a voz da maioria silenciosa", como era conhecida, colaborou com Luciano Pavarotti, Sting e Joan Baez, entre outros. A popularidade no Brasil foi dilatada em 1976, quando gravou a faixa "Volver a los 17", para o álbum de Milton Nascimento
Geraes. Ela também tem parceria com outros nomes da MPB, como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gal Costa.

Sua morte (04/08/2009) causou comoção entre as autoridades internacionais - vários governos, inclusive o brasileiro, enviaram mensagens de condolências. O corpo foi velado no salão Passos Perdidos, no Congresso Nacional argentino.


Em estado de luto decretado pela mandatária Kirchner, Buenos Aires suspendeu uma série de atividades artísticas no domingo - inclusive as comemorações para a declaração do tango, na semana passada, como patrimônio cultural imaterial da humanidade, pela Unesco, braço cultural da ONU.

http://www.rollingstone.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário